Todo ser vivo tende a evoluir com o tempo, caso isso não aconteça, corre o risco daquela espécie entrar em extinção. Esse processo evolutivo também ocorre nos insetos que são pragas nas plantações, por isso algumas espécies desenvolvem resistência ou tolerância a alguns inseticidas, geralmente aqueles usados em larga escala e maior intensidade.
Uma comparação que facilita o entendimento dessa situação é quando uma pessoa faz uso excessivo de um medicamento e ele deixa de causar efeito porque o patógeno ou organismo parasita conseguiu evoluir a ponto de ficar imune aos efeitos do remédio.
Na agricultura, a resistência de pragas a inseticidas ou outras tecnologias usadas em seu controle tem se tornado cada dia mais frequente. Mas, existem estratégias para o manejo das culturas e populações de insetos resistentes, trazendo maior sustentabilidade e rentabilidade para o campo, e é sobre isso que vamos falar no conteúdo de hoje! Então, continue lendo até o final para saber como proteger sua plantação e como a Green Place pode ajudar nessa ação.
Como os insetos desenvolvem resistência a inseticida
Segundo o Engenheiro Agrônomo, Oderlei Bernardi, podemos descrever a resistência a inseticida como quando pragas que atacam as plantações desenvolvem a capacidade de sobreviverem aos efeitos dos inseticidas usados para controlar a proliferação e danos que elas causam.
Isso acontece quando altas dosagens de inseticidas são usados de forma equivocada e contínua, contribuindo assim para que as pragas e insetos desenvolvam resistência às substâncias utilizadas.Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a resistência não aparece devido a mutações causadas pelo produto químico aplicado, mas sim por um processo natural de evolução das espécies, a pressão de seleção.
A pressão de seleção funciona de uma maneira muito simples, como o próprio nome já diz, consiste na seleção de indivíduos que naturalmente apresentam tolerância ou resistência a uma determinada substância, conferindo-lhes vantagem competitiva em relação aos indivíduos que são sensíveis.
A medida que uma molécula de inseticida é utilizada de maneira intensiva, os indivíduos resistentes ou tolerantes são beneficiados, sua taxa de reprodução na população aumenta e o produto começa a perder gradativamente sua eficácia.
A velocidade desse processo depende muito da especificidade do mecanismo de ação da molécula, quanto mais específico a forma como a molécula atua no organismo, maior a possibilidade de desenvolvimento de resistência; densidade populacional da praga, quanto maior, mais variabilidade genética e possíveis indivíduos resistentes ou tolerantes; taxa de reprodução do inseto praga, quanto mais rápido o inseto completa o seu ciclo de vida, mais rápido será o incremento da população de insetos resistentes.
O manejo adequado da resistência a inseticidas demanda o conhecimento do agricultor de ferramentas que possibilite garantir a maior produtividade dos cultivos, sem que para isso tenha de usar altas doses de inseticida, aumentando não somente a pressão de seleção, mas também seu custo de produção.
O que é Manejo Integrado de Pragas (MIP)?
Na década de 1960 o Manejo Integrado de Pragas (MIP) foi instaurado pela comunidade científica com o objetivo de ter um maior controle sobre as pragas que ameaçam as plantações, para que assim fosse possível ter mais qualidade no produto final.
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o MIP é “o sistema de manejo de pragas que associa o ambiente e a dinâmica populacional da espécie, utiliza todas as técnicas apropriadas e métodos de forma tão compatível quanto possível e mantém a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar dano econômico”.
A forma como o MIP trabalha é através do monitoramento da população de insetos, pragas e doenças, dando prioridade ao combate biológico de pragas. Ou seja, ele dá prioridade aos inimigos naturais e faz uso do controle químico apenas quando há necessidade.
Como o MIP ajuda no controle da resistência de insetos a inseticidas
Fazer uso das ações recomendadas pelo MIP ajudam a reduzir as chances das pragas criarem resistência a inseticidas, pois acrescentam outros métodos de controle associados ao controle químico.
Quando se trabalha com MIP, o momento de aplicação do inseticida químico é determinado pelo nível de dano econômico, ou seja, quantos insetos podem ser tolerados naquele cultivo, seja por planta ou unidade de área, sem que haja prejuízo considerável à produtividade. Os níveis ou limiares de dano são determinados para cada cultura e praga.
Outro ponto importante a se considerar é a rotação e/ou combinação de diferentes moléculas, grupos químicos e mecanismos de ação, além do posicionamento correto da dosagem segundo o que recomenda a empresa fabricante.
A legislação brasileira é uma das mais sérias e criteriosas do mundo quando se trata do registro de um produto para uso na agricultura, por isso a dose recomendada é resultado de um longo processo, muito bem fundamentado por órgãos competentes e instituições de pesquisa, por isso deve sempre ser respeitada.
O uso incorreto de inseticida causa desequilíbrio e pode dificultar o controle, ao invés de auxiliar. Além disso, quando novas moléculas não são posicionadas da maneira correta, podem sair do mercado muito rápido devido a sua perda de eficácia, limitando ainda mais as possibilidades do produtor e resultando em um grande prejuízo para as empresas que investiram anos em pesquisa, desenvolvimento, marketing e comercialização do produto.
Com o MIP toda a cadeia produtiva é beneficiada, seja com a redução de resíduos químicos no ambiente, manutenção de populações de inimigos naturais das pragas; diminuição no custo de produção, devido a racionalização dos insumos utilizados; aumento da vida útil das moléculas de inseticida posicionadas no mercado; e o atendimento dos limites mínimos de resíduos em gêneros agrícolas que chegam à mesa do consumidor.
Agentes sinérgicos contra a resistência
Para entender como os agentes sinérgicos agem, primeiro é preciso entender como de fato acontece a resistência a inseticida. Pragas resistentes utilizam como uma das principais estratégias a capacidade de desenvolver um mecanismo que reduz a penetração cuticular do inseticida.
Sendo assim, os agentes sinérgicos agem contra esses mecanismos, fazendo com que o produto inseticida consiga atingir seu alvo biológico e se ligue no sítio de ação sem maiores problemas. Os sinérgicos devem ser utilizados junto com o inseticida, potencializando a atuação.
Além dos sinérgicos auxiliarem contra a resistência das pragas, eles também contribuem com a diminuição de contaminação do meio ambiente. Isso porque, ao utilizar um agente sinérgico junto com o inseticida é possível, em algumas situações, reduzir a quantidade aplicada, sem que haja redução na eficácia de controle. Ou melhor, em situações onde já se observa a perda de eficácia de algumas moléculas é possível o uso do sinérgico para potencializar o efeito do inseticida.
Consequentemente se tem uma eficiência de controle melhor, quebra-se o ciclo reprodutivo da população de insetos pragas na área, reduzindo o número de reentradas para pulverização no cultivo.
Uso do Traçador no combate a resistência a inseticida
A Green Place busca sempre desenvolver as melhores soluções para os clientes, sempre comprometida com a agricultura verde. E, para ajudar no combate a resistência a inseticida não poderia ser diferente.
O Traçador, o bioadjuvante da Green Place, além de ser um potencializador dos inseticidas também age de forma parecida com os agentes sinérgicos, o que o torna uma ótima opção para o controle das pragas resistentes.
Traçador é uma combinação única e inovadora que potencializa a eficiência dos inseticidas químicos e biológicos, possibilitando melhores resultados. Com ação desalojante, repelente, aderente e antialimentar, o Traçador contribui para o MIP e conta com terpenos e polifenóis que possibilitam ação multifuncional única.
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