A região Sul do país é uma das grandes responsáveis pelo agronegócio no Brasil. O Rio Grande do Sul, em específico, é muito forte na produção e comercialização de diversos cereais, como arroz, milho, trigo e outros.
A agricultura pode ser muito afetada por diferentes fenômenos naturais, como o clima e as mudanças de temperatura. E, desde os últimos dias do mês de abril, até o momento em que escrevemos este texto – segunda semana de maio -, todo o RS tem sofrido muito com fortes chuvas, resultando em enchentes e alagamentos.
Além de deixar muitas famílias desabrigadas e desamparadas, essa situação tem resultados negativos para o agronegócio brasileiro. A Cogo Inteligência em Agronegócio divulgou recentemente um relatório que mostra os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul no agronegócio.
Neste conteúdo, vamos falar sobre esses impactos e mais. Então, continue lendo até o final para ficar por dentro do assunto!
Enchentes no Rio Grande Do Sul
As chuvas intensas que têm assolado o Rio Grande do Sul desde 27 de abril de 2024 podem ter sido causadas por alguns fenômenos naturais, como por exemplo, o El Niño. O El Niño contribuiu para o aquecimento das águas do Pacífico, bloqueando frentes frias, o que gerou áreas de instabilidade no RS.
A umidade vinda da Amazônia, junto com o contraste de temperatura do Sul, contribuíram para as tempestades. E, as temperaturas elevadas perto da faixa equatorial também é um fator favorável para as fortes chuvas.
O impacto foi tão intenso que algumas regiões, como Regiões dos Vales, Planalto e Encosta da Serra, tiveram 300 mm de chuva em uma semana. Porto Alegre tem os dados mais preocupantes até o momento, em três dias a cidade teve 258,6 mm, o que equivale a mais de dois
meses de chuva!
Toda essa chuva e alagamentos também afetou as plantações da região. Abaixo separamos dados sobre o arroz, milho e soja. Confira!
Situação do milho
A colheita da safra de verão de 2023/2024 no Estado do Rio Grande do Sul precisou ser paralisada por conta das enchentes. O Estado tinha cerca de 6,673 milhões de hectares de milho plantados.
De toda essa quantidade plantada, antes das enchentes tomarem conta do estado, foi possível fazer a colheita de 83% do cereal. Sendo assim, 27% da plantação não foi colhida, o que equivale a 220 mil hectares e 1,4 milhão de toneladas.
Soja do Sul
Quando o assunto é soja, o Rio Grande do Sul se destaca sendo o segundo maior produtor da leguminosa. Chuvas em excesso não são boas para essa cultura. Isso porque a alta umidade pode diminuir a qualidade do produto final.
Até o início das enchentes, 70% da plantação de soja do Sul havia sido colhida. Os 30% que ainda não foram colhidos representam algo em torno de 2 milhões de hectares
e 6,5 milhões de toneladas.
Situação do arroz
O Rio Grande do Sul se destaca como o maior produtor de arroz do Brasil, responsável por cerca de 70% da produção nacional. A safra para 2024 estava prevista em 7,4 milhões de toneladas.
Contudo, por conta das enchentes, esse número terá uma queda significativa, o que pode resultar no aumento do valor do arroz e, em caso extremo, até mesmo na importação do grão de outros países.
78% da área plantada já foi colhida, isso representa uma área de 709 mil hectares, de um total de 900,2 mil hectares cultivados. Assim, 200 mil hectares e 1,6 milhão de toneladas de arroz representam os 22% que ainda não foram colhidos.
Green Place com o agronegócio no Brasil
Neste momento de extrema delicadeza e tensão, a Green Place gostaria de mostrar sua solidariedade com toda a população do Rio Grande do Sul que está passando por esse momento difícil. E, em especial, para todos os agricultores da região que tiveram suas lavouras afetadas.