Entenda a importância do controle biológico na agricultura

Saber como cuidar do campo, do solo e dos produtos agrícolas sempre foi uma preocupação para os agricultores. No entanto, com o passar do anos, a preocupação tem aumentado ainda mais. Por isso, formas mais sustentáveis de cuidar da agricultura estão ganhando mais atenção, como por exemplo, o controle biológico.

A agricultura é essencial para a alimentação de boa parte do mundo, contudo, cada vez mais fitopatógenos estão surgindo, colocando em risco a saúde das plantações. Isso tem ocorrido por alguns motivos como a alta demanda do comércio internacional que pode servir de porta de entrada para pragas e doenças que antes não existiam naquele lugar.

Somando a isso, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o aumento da produção global de alimentos precisará crescer até 70% para poder abastecer a população de quase 10 bilhões de pessoas até 2050.

Sendo assim, aderir a métodos melhores de preservação do solo e do controle de ameaças nas plantações é fundamental! Neste conteúdo você fica sabendo tudo sobre o controle biológico na agricultura. Continue lendo até o final!

O que é controle biológico?

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o principal objetivo do controle biológico é “controlar as pragas agrícolas e os insetos transmissores de doenças a partir do uso de seus inimigos naturais, que podem ser outros insetos benéficos, predadores, parasitóides, e microrganismos, como fungos, vírus e bactérias”.

Ou seja, o controle biológico é uma forma de proteger as plantações contra os insetos e pragas que causam doenças, sem fazer uso de produtos químicos que com o uso excessivo podem trazer danos à saúde dos agricultores e de quem consumir esses produtos.

Para isso, são usados inimigos naturais, ou seja, outros seres vivos que exterminam os insetos que oferecem riscos. Esse método não deixa resíduos nos alimentos, além de não apresentarem nenhum risco ao meio ambiente e às pessoas.

Controle biológico: vantagens e desvantagens

O controle biológico é benéfico para o agroecossistema. Ele tem alto poder seletivo ao que diz respeito a atingir apenas os insetos e pragas, não causando danos ao ecossistema e protegendo a biodiversidade.

O uso de inseticidas e outros produtos químicos que contaminam o solo e prejudicam o meio ambiente são reduzidos drasticamente. O que, consequentemente, minimiza os problemas de resíduos e intoxicação nos alimentos.

Ao fazer uso do controle biológico, o agricultor também percebe que os gastos diminuem. Isso porque, o efeito desse controle é mais prolongado em comparação ao controle químico.

A única desvantagem, se é que podemos chamar assim, que essa prática possui é que sua implementação é mais complexa que o controle químico. Apesar das duas formas precisarem ser feitas com cautela e estudo, a biológica exige mais conhecimento de quem a utiliza. 

Cenário brasileiro 

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), até 2021, existiam 376 produtos à base de ativos biológicos registrados no Brasil. E, em 2020, o país havia batido o recorde, até então, de novos produtos para a agricultura registrados em um único ano, alcançado a marca de 56 produtos.

No entanto, em 2022 esse número chegou a 69 registros de defensivos biológicos! Mas não para por aí. Além de ser um grande fornecedor de produtos biológicos, o Brasil também tem alta adesão da prática!

Atualmente, o país conta com excelentes programas de controle de pragas de forma biológica. Por exemplo, o manejo da broca-da-cana, uma das maiores ameaças da cana-de-açúcar, já pode ser feito por meio do parasitóide de larvas.

Esses dados mostram como o mercado de controle biológico vem crescendo de forma muito importante no país. E, ao que tudo indica, vai continuar assim por um bom tempo!

Exemplos de controle biológico 

O controle biológico clássico é quando um inimigo natural é importado de um local para o outro, primeiro em pequenas quantidades para que ele se reproduza ali e se mantenha no local. Esse método é considerado de longo prazo.

Mas, para que ele seja feito de forma correta, é preciso muito estudo para saber quais são os inimigos naturais certos e se a recolocação deles impactará negativamente de alguma forma.

Já no controle biológico conservativo ou natural não existe a recolocação de inimigos naturais. Os esforços são concentrados em encontrar formas de manter os que já existem naquela área. Ou seja, aqui o foco é na preservação dos agentes biológicos.

Por último, o controle biológico aplicado é parecido com o clássico, porém, os agentes biológicos que irão fazer o controle das pragas são liberados em grandes quantidades na região. Essa é a forma mais utilizada pelos agricultores atualmente.

Como é feito o controle biológico de pragas 

O controle biológico pode ser feito de três modos, sendo eles: parasitismo, predação (essas duas relacionadas aos macroorganismos) e patogenicidade (relacionada à microrganismos). 

A forma como os parasitóides atua é através da exploração do corpo do hospedeiro, podendo ser em qualquer fase, seja ainda nos ovos, nas fases jovens ou adultos. Os parasitóides não causam a morte imediata e também costumam ser mais específicos quanto ao hospedeiro. 

A predação é quando o controle biológico se dá por um inseto não prejudicial consumir os insetos e pragas que oferecem riscos para a agricultura. Nesse caso, não existe “preferência” por hospedeiros.

Já a patogenicidade é como os agentes biológicos regulam as populações de insetos malignos e de pragas. Isso ocorre quando há o desencadeamento de processos patogênicos nas pragas, o que, por sua vez, resulta em morte. 

Gostou desse conteúdo? Então não deixe de conferir os outros posts no blog da Green Place! Aproveite também para conhecer os produtos desenvolvidos seguindo os ideais da agricultura sustentável!

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